terça-feira, 19 de maio de 2009

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Adormece sobre a almofada molhada. Pouca coisa faz sentido, tudo se desdobrada e se enrola, se abafa se encolhe, se esconde se confunde, tudo o que era tudo é nada, é peso, é demais. Acorda levanta e faz uma cara opaca ao que lhe vai na alma, o orgulho é sempre mais forte e nunca se dá parte fraca. Engole e escuta, tem o seu mundo as costas mas não reclama se os mais próximos querem repartir o peso do mundo deles. Tempos aureos onde eras alta, firme, imponente, insensivel as coisas banais da vida. Quem és tu agora e para onde me levaste, bicho pequenino de sete cabeças cada uma com um pecado capital, cada uma que confunde as outras e percorre o corpo com pensamentos que deviam ser tirados daqui. Quem és tu coração encolhido, antes grande e aberto para guardar cada alma perdida? Quem és tu corpo mole, corpo ténue, corpo sem força? Quem és tu cabeça incerta, cabeça duvidosa, antes plena, certa, cuidada? Quem são vocês olhos que já nao vêm as mesmas cores, a visão a preto e branco é triste, é confusa, deem-me todas as cores outra vez porque a alma precisa de alegria!
Onde estou eu, quem sou eu, para onde fui? Criança, menina, mulher, vou voar para a Terra do Nunca, vou ficar lá longe dos homens desta terra feia, desta terra triste. Onde estou eu, quem sou eu? Porque fica a minha alma obcecada com coisas que não fazem sentido? Saudades de tempos aureos. A sensibilidade custa e magoa e dá saudades, devia ter continuado dentro do meu casulo, mas saí de cabeça virada para a vida desconhecida e absorvi cada instante, mas ja nao sei se isso sabe a doce ou sabe a amargo, raio de vida agridoce! Sinto cada poro do corpo cheio de tristeza e ciume.
Adormece sobre a almofada molhada na esperança que as lágrimas limpem todo o sujo cá de dentro.
Quero o meu arco iris outra vez, a minha vida a technicolor, o meu coraçao grande, o meu corpo firme, a minha mente plena a minha cabeça cheia de certeza. Até lá, Planeta Terra, até lá que já comprei bilhete para a Terra do Nunca e por lá me fico, vou curar a alma. Até um dia Planeta Terra, agora vou-me.